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Amae busca investimentos internacionais através de projeto social com a UFPA

Prefeitura quer aproveitar estudos sobre qualidade da água em benefício da população
Prefeitura quer aproveitar estudos sobre qualidade da água em benefício da população

A Agência Reguladora Municipal de Água e Esgoto (Amae), através de seu Diretor Presidente Antônio de Noronha Tavares, em breve, intermediará uma audiência entre o prefeito Zenaldo Coutinho e representantes de universidades europeias parceiras da UFPA no projeto ÁguaSociAL. O objetivo é formalizar a participação da Prefeitura de Belém no projeto.

Iniciado final de 2013, o ÁguaSociAL é uma colaboração técnica e científica entre União Europeia e Brasil que pretende beneficiar comunidades do município de Belém. Participam do projeto três universidades europeias. Roma Ter, da Itália; Leeds Metropolitan University, da Inglaterra, e Universidade Autônoma de Barcelona, da Espanha

As universidades brasileiras envolvidas no projeto são: a Universidade Federal do Pará (UFPA) e a Universidade Estadual do Amazonas (UEA).  O objetivo dessas parcerias é aliar conhecimento científico a uma estreita relação com o poder público e comunidades locais, buscando criar alternativas para o abastecimento de água na Amazônia.

Segundo o professor Dr. Gilberto de Miranda Rocha, geógrafo do Núcleo de Meio Ambiente da Amazônia (Numa), este é um projeto que cria um canal de diálogo entre ciência, tecnologia, sociedade e poder público. “O projeto vem no sentido de tentar unir a academia e a sociedade, mas também com a participação ativa do poder público, onde entra a Prefeitura de Belém, através da Amae”, explica.

Foi a recém-criada Amae que procurou os pesquisadores para implementar a parceria, nesse e em outros projetos. “O Núcleo de Meio Ambiente foi criado para trazer alternativas para a sociedade, por isso essa parceria é essencial”, afirma Gilberto Rocha.

Financiado pela União Europeia, o ÁguaSociAL visa o aprimoramento científico, não só sobre as formas de apropriação de uso da água, mas também através da difusão de novas tecnologias de inovações sociais. Por isso, as pesquisas serão centradas na avaliação da qualidade da água, avaliação da viabilidade dos abastecimentos, desenvolvimento de estudos de educação ambiental ligada à água, além de avaliar aspectos econômicos envolvidos no tema.

O projeto deverá ser executado em um período de 4 anos, indo até o ano de 2017, e prevê a mobilidade de pesquisadores, professores e alunos, para as três universidades europeias. “Não se trata de um projeto que simplesmente vai à Europa buscar tecnologia e aplicar aqui, por isso, envolve pesquisadores nacionais e internacionais. É preciso criar um diálogo para que se tenha a possibilidade de construção de tecnologias, cujo sentido maior é a inovação social”, garante Gilberto.

A primeira viagem dos pesquisadores brasileiros para a Europa aconteceu no início de 2014. Pesquisadores da UFPA e UEA estiveram em Roma durante 4 meses, entre março e julho, desenvolvendo estudos voltados, principalmente, para o desenvolvimento sustentável e a caracterização socioeconômica das comunidades amazônicas. A próxima viagem, prevista para início de 2015, será realizada para a Universidade Autônoma de Barcelona.

O estudo para o desenvolvimento do Sistema de Captação da Água de Chuva, é uma das principais ações desenvolvidas pelo ÁguaSociAL. Através do Grupo de Aproveitamento de Água de Chuva, Saneamento e Meio Ambiente (Gpac Amazônia), chefiado pelo professor Dr. Ronaldo Mendes. Essa pesquisa pretende atender as necessidades de comunidades rurais do município de Belém. “A ideia é fazer com que essas tecnologias sociais que já existem, como a captação da água de chuva, sejam potencializadas”, explica o professor.

O professor Ronaldo Mendes explica que essas pesquisas têm por objetivo servir de subsídio para que os governantes possam trazer melhorias para a vida da população. “A perspectiva dessa pesquisa é que haja uma colaboração, na qual a prefeitura fornece dados sobre essas comunidades e o ÁguaSociAL entra com os conhecimentos sobre as formas de apropriação e abastecimento de água. A universidade tem por função dar suporte ao poder público”, afirma.

Texto: Kennya Corrêa

Foto: Divulgação ÁguaSociAL

Agência Reguladora Municipal de Água e Esgoto de Belém (AMAE)