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Agência Reguladora reúne com Cosanpa para discutir medidas de prevenção, após naufrágio de bois em Barcarena

Na última sexta-feira, 16, diretores e técnicos da agência reguladora municipal de Água e Esgoto de Belém (Amae) se reuniram com a Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa) para discutir as medidas de prevenção e plano emergencial que poderiam ser adotados perante uma possível contaminação das águas do rio Guamá, após o naufrágio de cinco mil bois no porto de vila do conde, em Barcarena, no dia 6 de outubro.

Com base no Plano Municipal de Saneamento Básico de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário de Belém, elaborado ano passado, a agência reguladora solicitou que a Cosanpa apresentasse as medidas que estão sendo adotadas para garantir a qualidade e continuidade do abastecimento de água em Belém. Uma das medidas preventivas apresentadas pela Companhia foi, o monitoramento mais intenso da qualidade da água, que agora é realizado duas vezes ao dia. “Temos uma parceria com o Instituto Evandro chagas, no qual todos os parâmetros que não são aferidos no laboratório da Cosanpa são enviados para lá, para que eles possam fazer a análise, e dessa forma haja um controle mais rigoroso da qualidade da água que chega aos lagos Bolonha e Água Preta. Mas, até o momento não houve alteração alguma”, informou o presidente da Cosanpa, Luciano Dias.

Na ocasião, também foi discutido o plano de contingência e emergência que deve ser adotado pela Companhia de Saneamento do Pará, caso os impactos do óleo e compostos orgânicos atinjam a captação de água. De acordo com o diretor presidente da Amae, Antônio de Noronha Tavares, a Companhia deverá, preventivamente, monitorar a possibilidade de contaminação resultante da decomposição dos bois e/ou proveniente do óleo derramado, tais como monitoramento da qualidade da água, tanto no rio Guamá como também, nos lagos Bolonha e Água Preta, e estar preparada para, se for o caso, inserir barreiras de contenção nos canais de chegada, além de executar manobras operacionais de captação de água, de tal forma a captar a água de melhor qualidade.

Uma outra alternativa apresentada foi a intensificação do tratamento da água. Porém, a diretoria da Cosanpa enfatizou que, no momento, é pequena a probabilidade de que compostos orgânicos atinjam a captação. “Não existe atualmente uma influência de maré significativa na nossa captação, o que nos deixa com o conforto de pouca probabilidade de que os compostos orgânicos, ou até mesmo o óleo, derivados do acidente em Barcarena possam ser levados pelas correntes até o nosso ponto de captação”.

Na reunião também foi descartada a possibilidade de que vestígios de óleo ou compostos orgânicos atinjam os poços administrados pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Belém (Saaeb), que possuem em média mais de 100 metros de profundidade e abastecem os distritos de Icoaraci, Cotijuba, Outeiro, Mosqueiro e parte de Belém.
Atualmente, estima-se que cerca 4.800 bois ainda estejam no interior da embarcação, e para debater o assunto foi realizada uma audiência pública em Barcarena, no dia 16 de outubro. Representantes da Amae foram enviados ao local para participar e contribuir com as discussões.

“Nós não estamos parados, Estado e Município estão atentos e tomando as medidas preventivas necessárias”, concluiu Antônio de Noronha Tavares.

Texto: Kennya Corrêa
Foto: Kauê Cohen
Agência Reguladora Municipal de Água e Esgoto de Belém (AMAE)